Em 1996 a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) publicou, no âmbito de uma conferência internacional ocorrida em Paris, um relatório intitulado “Educação: um tesouro a descobrir”.
Fruto de discussões, assembleias, audiências e estudos de representantes de diversos países, esse documento tinha por objetivo apresentar reflexões e propostas para a educação em âmbitos local e global.
Dentre os princípios apresentados no texto, destacaram-se “os quatro pilares da educação” que se apresentavam como referências basilares para a educação ao longo da vida:
Aprender a CONHECER: ou, ainda, “aprender a aprender” como ato de valoração do conhecimento e da aprendizagem.
Aprender a FAZER: aqui entendida como a busca pela qualificação profissional e o conjunto de competências que tornam a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e trabalhar em equipe.
Aprender a CONVIVER: o gerenciamento de conflitos, o respeito pelos valores do pluralismo, da diversidade, a compreensão mútua e a paz.
Aprender a SER: o desenvolver-se em toda a sua capacidade intelectual e emocional, com autonomia, discernimento e responsabilidade social.
Passados mais de vinte anos, os Quatro Pilares da Educação ainda se mostram como uma representação simples, porém completa, e nunca antes reconhecida como tão urgente e necessária aos modelos educativos e às relações sociais.
Apesar de reconhecermos que a educação se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, em movimentos e organizações sociais e também por meio da cultura, como descrito na própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, é na ESCOLA que ela se manifesta com força e propriedade para, inclusive, reconhecer os demais espaços como importantes e significativos neste processo.
A educação formal, a que acontece na escola e cada vez mais cedo na vida dos indivíduos e, inclusive, acompanha-nos ao longo de toda a vida, cada vez por mais tempo, possui um papel singular nesse processo de desenvolvimento das competências necessárias aos indivíduos para uma vida plena e em sociedade.
Dentre tais competências, destacamos aqui as competências socioemocionais, aquelas que estão diretamente ligadas ao SER e ao CONVIVER mas que influenciam, muitas das vezes até diretamente, as demais competências como o CONHECER e o FAZER.
Os índices alarmantes de violência; os episódios recentes e recorrentes de intolerância de toda ordem; a desigualdade social que se perpetua em um País de dimensões continentais como o nosso; o cenário e as experiências fracassadas na economia, política e desenvolvimento; além da constatação de que as doenças psicossomáticas como a depressão assolam como nunca antes a população e prevalecem, inclusive, dentre os mais jovens, corroboram a importância de nos preocuparmos com a inteligência emocional de nossas crianças e adolescentes.
A escola é protagonista no processo de formação do indivíduo e também sofre as consequências de sua própria deficiência quando precisa criar estratégias para lidar, por exemplo, com ocorrências cada vez mais presentes de bullying na comunidade escolar.
A educação é precisa ir além do saber. Ela precisa ser cidadã, formar atitudes e construir valores, o que requer bastante tempo e esforço.
Por meio da abordagem disciplinar e interdisciplinar as escolas devem privilegiar os métodos ativos de aprendizagem e o trabalho em equipe buscando o desenvolvimento completo e equilibrado da personalidade dos estudantes afim de prepará-los para a prática de uma cidadania ativa e aberta para o mundo.
Gostou do texto? Compartilhe-o nas redes sociais.
Envie-nos um comentário com sugestões de temas para o próximos posts.
Abraços,
Erika Radespiel
@erikaradespiel
תגובות